Curiosidades - Resistência


RESISTÊNCIA AERÓBIA E ANAERÓBIA.- o seu treinamento. O que é resistência? é a capacidade que o corpo possui para suportar uma actividade atrasando a aparição da fadiga.

Cada movimento ou actividade requer uma forma diferente de "resistência", para isso podemos dizer que também há diferentes classes de resistências. A aeróbia, que é como uma base que tem o organismo para poder realizar posteriormente outras actividades sem recair imediatamente no esgotamento, e a anaeróbia, que nos permite realizar esforços de curta duração, mas de intensidade grande.

Mediante as diferentes situações nas que pomos o nosso corpo tratamos que pouco a pouco vá superando o cansaço e a fadiga o mais rápido possível para assim continuar com a actividade ao ritmo desejado.

A resistência aeróbia é a capacidade que o indivíduo tem para realizar um esforço de média intensidade e durante um tempo o mais longo possível.

Queremos, pois, resistir a fadiga naquelas ocasiões nas que a nossa actividade seja de uma duração longa; um treinamento, um combate, pular corda, trotar ou fazer footting, a fuga, etc...

Actualmente a resistência está relacionada com a saúde, de tal forma que os indivíduos mais resistentes são ao mesmo tempo os mais sãos, conforme as últimas investigações médicas.

Qualquer esforço repercute no nosso organismo, e a resistência aeróbia produz uns efeitos nele que nos ajuda a superar os esforços da maneira mais favorável. Entre outros, melhora a capacidade cardíaca, aumenta o volume de sangue que manda ao coração em cada sístole, diminui a frequência de pulsações, põe em funcionamento um maior número de capilares quando o músculo está em movimento...

Como é que podemos medi-la? Por meio do coração. Quanto menores pulsações (latidos) tenha o coração num minuto, a nossa capacidade aeróbia será maior.

A resistência anaeróbia são aqueles esforços de curta duração, mas de intensidade grande. Exemplos podiam ser: saltos, lançamentos, arrancadas, batidas, pontapés, socos. .. Estes esforços são tão intensos que em breve recaem em "déficit de oxigénio", isto quer dizer que o oxigénio que gastamos durante o esforço é maior do que a nosso sangue possa mandar. Esta dívida será "paga" uma vez tenha finalizado dito esforço (trabalho), isto é, no período de recuperação.

Ao falar da resistência anaeróbia temos que distinguir duas classes, que provêem de fontes de energia diferentes:

a) R. Anaeróbia láctica: é aquela na que se realizam esforços intensos e de um tempo de actuação de 3s (segundos) ou mais, não dando tempo para que o organismo se recupere, pelo que o sangue se abastece de ácido láctico (A. L.), produzindo a partir deste momento efeitos negativos no rendimento, pelo que se deve deixar um tempo de descanso até começar outra vez a actividade. Exemplos podem ser: realizar uma corrida de 400 m., dar socos ao saco durante mais de 30 segundos, um combate forte, pular corda a ritmo alto, etc... b) R. Anaeróbia alática: Como o seu nome o indica há falta de ácido láctico. O que acontece exactamente é que o tempo de actuação é tão curto que não dá tempo para que o A. L. se acumule no sangue, sendo o esforço realizado tanto ou mais intenso que o anterior. Como exemplo podem ser todos aqueles gestos que não excedam dos 15-20 segundos, a arrancada de um pontapé ou um soco, um lançamento de um homem ou, simplesmente, um salto. Este tipo de treinamento ou preparação consegue aumentar as reservas alcalinas do nosso organismo, e desta forma podemos suportar que se acumule mais ácido láctico no sangue, o que permite que continue durante mais tempo a actividade; também aumenta a grossura das paredes do coração; nos permite suportar esforços nos que as nossas pulsações subam muito alto (190-200 pulsações, inclusive maiores).

Aqueles esforços que ao realizá-los aumentam muito o nosso ritmo cardíaco (palpitações muito fortes e rápidas) são anaeróbios, e os que as pulsações não superam as 170-180 pulsações /minuto são aeróbios. Sabendo isto podemos controlar um pouco o tipo de esforço que vamos realizar, sendo nós mesmos os que regulemos a nossa intensidade dirigidos sempre pelo treinador ou especialista.

Devemos levar um treinamento progressivo, assim evitaremos lesões, tanto musculares como cardíacas. Há que ir pouco a pouco assimilando as diferentes facetas do treinamento para poder chegar nas condições idóneas as metas que nos propusemos.

O footting ou corrida contínua é o primeiro passo da resistência. Iremos aumentando o ritmo da corrida a medida que nos vamos encontrando cómodos na corrida. O ideal seria poder correr todos os dias de 10 a 15 minutos seguidos.

O passo seguinte seria o "cross-country", isto é, corridas pelo campo, montanha ou similar.

O "farlek" ou "jogo de corridas", como o seu nome indica, seria intercalar corridas rápidas, curtas, lentas, longas, subidas, descidas, planas, tudo o que imaginemos, mas sem parar. Ao princípio se permite andar um pedaço curto até recuperar-nos. O tempo de duração desta actividade varia de 20 a 45 minutos; escolheremos o que mais nos convenha. O principal é que as nossas pulsações estejam subindo e baixando continuamente.

O circuito é outro meio para treinar a resistência. Consiste em realizar um número determinado de exercícios (8-12) seguidos e sem interrupções. O tempo de actuação é de 10 a 30 segundos cada exercício e entre um e outro exercício o mesmo tempo. é importante dar-lhe a intensidade adequada (por meio das pulsações) e determinar para que queremos o circuito. Um circuito não termina até não termos realizado todos os exercícios de que consta. Se repete o circuito completo de uma a três vezes.

A resistência é uma qualidade física que podemos dividir em geral e específica, sendo a primeira básica e universal a todas as Artes Marciais, e a segunda, particular a especialidade escolhida, que dependerá do tipo de esforços que nos exija (frequência e duração dos treinamentos ou competições, assim como da intensidade do trabalho a realizar).

Cada arte Marcial utiliza uns grupos musculares com maior frequência, e sobre estes deve recair o desenvolvimento da resistência específica, sendo esta a fase denominada resistência muscular.

Obtenhamos primeiro uma resistência base durante os sistemas de treinamento aeróbio, para passar posteriormente a um desenvolvimento anaeróbio geral, finalizando com uma melhora da resistência muscular (daqueles que participem na nossa especialidade) mediante a repetição metódica dos exercícios técnicos. Este processo se repete anualmente ou se adapta ao plano de treinamento proposto.