Curiosidades - Mestre
Bodhidharma TAMO ou DARUMA TAISHI, vigésimo oitavo patriarca da índia que foi para a China entre os anos 505 e o
520 d. De C. para ensinar o Chan ou Zen. é considerado o primeiro patriarca da China.
Depois de relacionar-se com a corte imperial chinesa, se retira a um templo chamado Shao-lin ou Shorin-ji, onde
estabelece a primeira kata (forma), a base de movimentos dos braços coordenados harmoniosamente com a respiração,
enquanto que os pés permanecem imóveis.
Ensina a respiração zen e ritualiza as próprias da China com a finalidade de alcançar o progresso físico e mental.
Bodhidharma Tamo é considerado como o mestre que introduziu a faceta mental nas artes marciais daquela época.
Morreu no ano 528 d. de C.
Com o tempo, a figura dos diferentes mestres e dos seus sucessores vão sofrendo substanciais mutações para se
adaptarem lentamente ás civilizações e sociedades próprias de cada continente e de cada país.
Na sociedade actual o mestre, professor ou educador de artes marciais tem uns objectivos sociais, culturais e de
personalidade muito amplos. A sua relação com o aluno deve ir muito além da preparação física e técnica..., lenta
e serenamente, serve de guia na área psicológica e social para contribuir com os seus ensinamentos ao
desenvolvimento integral da personalidade psicossomática do aluno.
A formação de um mestre não aparece por geração espontânea. Precisa de longo tempo e de vocação profunda,
acumulando experiência sobre experiência na sua longa etapa de dedicação, primeiro como aluno com o exercício
pessoal e constante até dominar com rigor e profundidade a arte marcial; continua depois o aperfeiçoamento e a
contribuição pessoal através do estudo, a investigação e o trabalho com os grandes mestres, e finalmente adquire
a ciência pedagógica com a dedicação e a entrega ao ensino.
Não é estranho observar como a marcada personalidade de um mestre cria uma determinada norma de conduta entre os
seus alunos, que desemboca, em algumas ocasiões, na formação de um novo estilo de luta e inclusive na aparição de
um arte marcial novo.
Enraizado nos mais primitivos instintos da vida animal, vemos como o homem necessita de uma atenção maior que o
resto dos seres vivos para nascer, crescer, desenvolver-se e, finalmente, morrer. Em todas e cada uma destas
etapas a aprendizagem é constante, embora a ordem de importância se veja mais acentuada nas primeiras.
A aprendizagem através da família, da sociedade e da própria experiência e personalidade, desempenha um papel
decisivo na formação integral de toda pessoa. A natureza, no maior dos casos, influi vivamente na escolha do
caminho a seguir em caso de dúvida.
Se quiséssemos analisar as motivações que impulsam o homem a prática de uma arte marcial na sociedade moderna,
vemos que se precisaria de uma investigação de psicologia social de longo alcance para poder oferecer uns dados
fiáveis e objectivos. Não obstante, a experiência nos demonstra que, em grandes características, estas motivações
se poderiam englobar em três grupos: formativas, recreativas e criativas, embora, precisando mais, nos damos
conta de que estes três grupos ficam reduzidos a um só, que tem as suas raízes na necessidade primária do homem
de relacionar-se e comunicar-se com os seus semelhantes. Esta relação, por sua vez, estará condicionada a idade,
ao sexo e a personalidade tanto do educador como do educando.
No esotérico e enigmático mundo das artes marciais, a relação do aluno com o mestre adquire transcendental
importância. O respeito, a confiança e a estima que se professam é mútua, chegando a alcançar níveis próprios de
um alto grau de maturidade característico de uma sociedade hierárquica e humana, o qual forma a pedra angular
sobre a que se assenta a prática de qualquer arte marcial.
Em uma escola de artes marciais, o aluno tem uma dupla função, facilitada pelos diferentes graus de conhecimento
reflectidos na cor do cinturão que cinge; uma de aprendizagem através dos graus superiores, e outra de docência
para os graus inferiores, a qual cumpre com agrado ao sentir-se incorporado como peça válida de uma corrente de
conhecimentos, na que dá e recebe simultaneamente, enriquecendo-se no constante fluir da aprendizagem.