Curiosidades - Armas Corporais


A origem do estudo das armas corporais se baseou na observação metódica dos movimentos de luta dos animais selvagens (macaco,, tigre, veado,...). Este estudo se atribui aos frades orientais, que pretenderam assim equilibrar o seu desenvolvimento físico, reduzido pelas suas longas meditações. Foi posteriormente desenvolvido devido as proibições de transportar armas artificiais como sistema de defesa pessoal.

A sobrevivência da espécie humana está relacionada com a sua particular capacidade de utilização de instrumentos e ferramentas em quase todas as suas actividades, incluída a guerra. Procurando um melhor aproveitamento de úteis defensivo-ofensivos se descobriram aplicações de princípios físicos, que não demoraram em extrapolar-se a estrutura corporal humana, que sendo mais débil que a de outros depredadores pode elaborar uma efectividade similar ou superior a estes. Desta maneira se descobre o potencial defensivo-ofensivo do corpo humano, embora a sua eficácia só seja possível regular mediante uma preparação prévia (treinamento). Uma arma primitiva é o mordisco, de carácter instintivo, mas a racionalização das armas buscou zonas corporais de maior alcance e de menor risco, que permitiram um desenvolvimento potencial superior.

Na actualidade é frequente ver como um perito numa arte marcial rompe grossos blocos de madeira, telha, ou gelo. A que se deve que a área de golpe do executante não se fracture? Parte da resposta reside no fato de que comparativamente os ossos são muito mais fortes que os objectivos a partir (o módulo de rotura do osso supera em mas de 40 vezes o do gelo) e que estes estão dispostos de maneira vantajosa, dado que batem no seu extremo e o objectivo a romper é golpeado no seu centro e os seus extremos estão habitualmente presos. Outro factor além da resistência óssea é a velocidade conseguida devido a utilização de zonas de golpe distais (pé e mão); estas zonas ou áreas de golpe serão o mais "reduzidas" e "duras" possíveis para concentrar a pressão exercida. Note-se como estas características serão opostas quando desejemos dispersar a pressão exercida, como no caso da própria queda, devendo ser a área de queda (pancada) o mais ampla possível e "mole", amortecendo assim o efeito da queda.

Se por cima do extremo ósseo que bate existe algum músculo, este deverá estar contraído e a pele deve estar curtida (calosa). Este área de golpe deve estar deslocada para o objectivo, de tal maneira que alcance a sua máxima velocidade instantes antes do impacto, devendo estar a disposição corporal geral de tal forma que impeça que o golpe seja absorvido pelo corpo do executante (contra-choque).

A aplicação prática no combate consiste no ajuste das áreas fortes na sua velocidade máxima sobre áreas vitais ou débeis, eludindo as áreas fortes do atacado. Existem zonas que dependem do seu estado (colocação) para qualificá-las de fortes ou débeis; um exemplo demonstrativo serão as articulações do cotovelo e o joelho, que em extensão se tomarão coma áreas débeis e em flexão como fortes.

O alcance das diferentes áreas fortes vem representado na ilustração correspondente, sendo as mais importantes as mais distantes, dado que a velocidade que podem conseguir é superior e proporcionalmente de grande dureza e rigidez, a cabeça (também os ombros) se utiliza para acções de escasso percurso.

As armas podem ser agrupadas por objectivos: pancada, desarticulação, projecção, estrangulação, beliscos, agarres e puxões. Também pela parte corporal executora: serão fundamentalmente extremidades superiores e inferiores; sendo as primeiras as mais flexíveis, velozes e coordenadas, assim como com possibilidades de acção tanto de atracção como de repulsa graças ao seu poder preênsil, e as segundas têm maior alcance e força.